Todos os dias quando acordamos e ao longo das horas somos chamados a ESCOLHER: o que comer no café da manhã, falar ou não com determinada pessoa, almoçar sozinho ou acompanhado, como resolver problemas no trabalho, ou mesmo decisões mais sérias como manter um relacionamento ou não, fechar um negócio, deixar alguma dor para trás, enfrentar ou desistir diante de uma situação difícil.
A vida é feita de escolhas a cada lufada de ar que entra em nossos pulmões e fazemos isso com mais frequência do que imaginamos. Acontece que algumas decisões são mais complicadas do que simplesmente decidir o que comer no jantar… Geralmente as decisões que ficam martelando em nossa cabeça são aquelas em que somos afetados por nossos sentimentos: medo de perder, medo de errar, mágoa, raiva, amor, são coisas que fazem peso na balança razão x emoção e desequilibram nosso livre arbítrio enchendo-os dos “e se”:
E se não der certo? E se eu me arrepender? E se o outro não entender? E se não resolver nada? E se piorar a situação? E se…
Cada escolha pressupõe uma perda, pois entre dois (ou mais) caminhos há uma possibilidade diferente, e a ideia de perder algo nos assombra e tende a não favorecer nosso pensamento em relação a uma conclusão, a uma solução. Se escolher comer ovos com bacon ao invés de granola e iogurte estou mandando a dieta “pro espaço”, se escolher dizer não ao chefe por algo que não acho justo realizar pode ser que meu trabalho seja comprometido. É preciso estar preparado para aquilo que você irá deixar pra trás.
Mas o que fazer então? Como não se sabotar nas escolhas nem sair por aí chutando o balde em tudo que avaliamos como errado e nos sufoca, nos pressiona a decidir por isto ou aquilo?
Toda vida é uma particularidade e não existe receita mágica para todas as situações do tipo:
Está sofrendo? Saia da relação!
Está descontente no trabalho? Peça a conta
Está bravo com alguém? Vá lá e diga isso a ela!
As coisas não são tão simples assim, mas existem alguns pontos que podem te ajudar nessas horas:
1 – Não tome decisões de “cabeça quente”: parece clichê, mas acontece. Às vezes a falta de coragem que faltava acaba reaparecendo numa situação desagradável e você usa essa situação para justificar o famoso “fiz mesmo”. Tomar decisões motivado por emoções como raiva ou frustração com certeza não vão fazer de suas escolhas a melhor saída. Deixe passar, acalme os ânimos para poder ver com clareza o contexto.
2 – Se dê um tempo: geralmente quando estamos diante de uma situação que colocamos como prioritária em nossa vida, como se resolver aquilo fosse a única coisa que importa, nada mais vai funcionar antes de resolver aquele dilema, todas as outras coisas do dia são secundárias e isso gera uma pressão interna, então além do problema em si criamos um novo, a pressão de resolvê-lo; aí ficamos com dois problemas. Assim, abra um espaço para respirar, procure aliviar o peso sobre essa escolha, para que seus sentimentos possam aparecer mais claros, menos rigorosos. Se permita ver como se sente simplesmente como é, sem o problema que lhe aflige.
3 – A partir daí, comece a dar espaço para a razão e as possibilidades de sua escolha de forma consciente: analise as possibilidades, as variáveis, as consequências. Veja como se sente com cada possibilidade, qual “encaixa melhor na balança razão x emoção”. Se sentir que precisa de ajuda nessa hora, não hesite em procurar… Mas atenção! Lembre-se que amigos e família podem ser bons conselheiros, mas cada pessoa tem seu próprio valor acerca de como vê o mundo e as coisas, se sentir que não está ajudando busque ajuda profissional, pois esta será imparcial e sem julgamentos.
4 – Não deixe sentimentos negativos abalarem esse momento: culpas, medos, traumas, sentimento de vingança não podem fazer parte desse processo. Lembre-se que uma decisão consciente carrega em si o seu futuro, e colocar em seu futuro marcas negativas com certeza não faz parte de uma escolha consciente. Escolha você, e escolha o que torna possível seu crescimento, seu desenvolvimento e sua felicidade, sem necessariamente colocar em detrimento outros que possam estar envolvidos no contexto.
5 – Dê um passo à frente. Toda decisão precisa de uma ação para acontecer. Agora livre de justificativas, sentimentos negativos e erros de percepção você se sente preparado para dar o passo a favor de si mesmo, e RECOMEÇAR.