As diversidades entre os estados do México despertam o interesse dos turistas que vão até este país em busca de um turismo bem abrangente. Do luxo da Riviera maia, passando pela região central e mais populosa, ao norte com uma região mais desértica e chegando ao estado que faz divisa com a Guatelama, Chiapas, podemos destacar o grande atrativo desta região: o sitio arqueológico de Palenque.
Imagem: Lilian Inácio
Imagem: Lilian InácioMuitos afirmam ser o mais belo sitio arqueológico pré-hispânico de origem maia existente no país e tenho que concordar com o fato. Inserido em meio a uma região de mata nativa, próximo ao Rio Usumacinta, com belos gramados e aves exuberantes e outros animaizinhos pulando de árvore em árvore, Palenque tem ruínas que datam de 226 A.C, porém seu apogeu se deu no século 7 e hoje é considerado o sitio mais importante da América Central, devido a sua arquitetura, expressões artísticas e religiosas. Ficou recoberta pela mata desde sua queda nos anos de 1123 e hoje encontra-se totalmente escavada e restaurada. Em 2005 deu-se por encerrada as restaurações, mas acredita-se que menos de 10% esteja visível aos turistas, restando mais de mil estruturas encobertas pela vasta vegetação.
O local é repleto de edifícios inovadores para a época, com destaque para o Palácio, cujo teto é recoberto de argamassa de conchas moídas e sal, com figuras de governantes e deuses. Foi utilizado pela aristocracia para cerimônias ritualísticas, diversão e funções burocráticas. Já o Templo das Inscrições, edifício principal, é um dos mais estudados do mundo maia, devido não somente ao fato de ter sido o túmulo do Rei Pakal, mas também por conter as inscrições mais importantes e detalhadas dos maias. A tampa do túmulo descoberta em 1952 é cercada por uma grande lenda onde dizem haver inscrições e desenhos extraterrestres. O livro “Eram os deuses astronautas?” relata teorias sobre as pirâmides do Egito, as linhas de Nazca, os moais da Ilha de Páscoa e do rei Pakal, que seria um astronauta com mascara espacial pilotando uma nave extraterrestre e que tais registros seriam facilmente interpretados nos desenhos da tampa do túmulo.
Há ainda o Palácio dos Governadores, onde detalhes nas paredes falam da captura de prisioneiros pelos grandes guerreiros de Palenque. Neste conjunto fica a Torre de Observação e os Arcos de Corbel. Menores mas não menos importantes, encontram-se os Templos do Grupo de Las Cruces, que ficam em cima das pirâmides.
Esta região é extremamente úmida e quente e a floresta com o barulho dos bugios fascina os turistas de todos os lugares do mundo que veem em busca de conhecer um pouco mais sobre as histórias e lendas do mais importante governante dos Maias. Grande parte da história de Palenque foi reconstruída devido à tradução e interpretação das inscrições encontradas no local.
Muitas lendas fazem parte da história de Palenque, como a tumba da Reina Roja (Rainha Vermelha) que ficou assim conhecido pelo fato do túmulo conter mercúrio para que ninguém roubasse. Dizem os guias que neste local, grande parte das fotos tiradas por turistas ficam com um pequeno ponto luminoso, que seria o espírito da rainha que ainda reside na tumba. Inacreditavelmente, uma das pessoas do meu grupo ficou com todas as fotos ali tiradas com um pontinho luminoso.
Imagem: Lilian InácioO passeio fica mais mágico ainda se o turista se hospedar entre Palenque cidade e Palenque ruínas, numa área de pousadas e campings no meio da floresta, no El Pachán, onde cabanas duplex próximas às arvores e em meio a riachos faz o hospede se sentir em meio ao cenário do filme Jurassic Park, principalmente ao cair da noite, com pouca luz elétrica, quando se ouve os gritos assustadores dos bugios.
Comidas: a culinária da região de Chiapas também se diferencia do restante do México. Encontra-se os pratos tradicionais de todo o país, porém, as iguarias regionais são um pouco mais ousadas como os Frijoles negros con carne (Feijões pretos com carne), Caldo de Shuti (caldo de caracol de rio), Tamal de Jacuané (prato a base de milho, erva santa, pimenta e camarão seco em pó) Tamales de iguana (prato a base de milho com carne de lagarto).
Bebidas: Devido a tradição herdada dos maias, algumas das bebidas levam cacau em sua receita e quase todas tem o milho como base, como por exemplo o Tascalate (bebida a base de milho, pinhão, canela e chocolate), Atole agrio (uma bebida preparada somente para comemorações commo o Dia dos Mortos, também tem como base o milho) e Pinole (bebida a base de farinha de milho, água, canela e mel).